22/05/2007

Vermes sob o asfalto

Debaixo do piche vivem com calor,
sem a luz do sol e com odor do barro,
que embaixo do piche é aquecido
com o calor do piche quente de sol.

O alfalto é o céu e o piche é a nuvem.
Nuvem negra que é resto de petróleo,
amolece quando esquenta,
pois é cadaver da planta decomposta e da bactéria morta,
que há muito jazi abaixo da rocha.

Só conhece o barro seco e o betume.
Betume é céu, barro a terra.
O seu deus criou a sua terra em um dia,
e do umbral separou o piche e o barro,
e com boca sem escarro, seca e santa,
fechou a cortina e sentou-se em descanço.
O asfalto está nas alturas,
é duro e sem coração.

Vivem no umbral, só conhece o calor do barro.
A água infiltrada, e a comida é o resto infiltrado
O céu é o asfalto, e seu maná é o lixo
As mentes confusas, não conseguem se manter como uma.
Só se sabem partir em fragmentos,
mas que se coninuan juntas como o dedo e a unha.
Os outros, são nem sombras,
mas formas escorregadias e sem forma.
Que se entrelaçam de desejo,
quando um estilhaço da mente,
se deturba e explode,
consumindo dos outros a razão.

Pobre dos vermes sem razão.
Não percebem sua divisão.
Não conheem o limite para comunhão,
pois não sabem quem são.